Sunday, March 30, 2008

Última vez - parte 1.

"Acendeu um cigarro para que o oxigênio lhe corresse mais limpo no sangue - a gente acredita nas mais loucas tolices para sustentar alguns vícios.

Como o vício de se entregar prontamente a cada nova relação sem pensar no que isso pode nos levar. Esperamos, claro, sempre o melhor. Aliás, não esperamos, temos certeza do melhor, porque a cegueira do amor não vê defeitos não é mesmo?? "Como que algo tão bom não irá durar??". Oras, porque as coisas nem sempre são assim... tão simples. Ou as vezes são e nossas depressões constantes com o término das coisas é que fazem com que elas pareçam tão complicadas.

Era óbvio que ele, mais uma vez não conseguiria passar por tudo aquilo com a clareza que se espera de alguém que faz do pensamento sua forma de viver. Mas, na verdade, clareza é algo que só existe para os ignorantes...

Nessas de se entregar prontamente a tudo com a intensidade de algo certo tem seus riscos. E alguém que corre riscos deve acostumar-se com eventuais derrotas - as vezes mais freqüentes do que eventuais.

Pensou... "Nessa idas e vindas... de se entregar e se perder no outro... a gente se mata um pouco a cada dia". Assim como um trago de cigarro lhe destrói, também o faz o amor a quem ama demais... Então.."porque me culpar?"... se de uma forma ou de outra vou morrer mesmo. Seja de uma forma ou de outra, com um trago ou um beijo, morro um pouco a cada dia.

Não se culpou mais com os maços de cigarro aos quais se entregava diariamente, deixou ser. Encerrou, sentado àquela mesa, mais um cigarro e mais uma derrota.

Dormiu bem..."

Texto: Bruno Guerra.

E hoje ele combina perfeitamente.

1 comment:

Bruna said...

Eu confesso que sua determinação tá me convencendo.

Oo