Loosing my religion

Você nunca se posicionou.
Eu sempre te esperei.

E eu convencia a mim e aos outros, todos os dias, que você valia a pena, que você era mais, muito mais.
Tentava convertê-los ao meu fanatismo, à minha cegueira.
Mas depois de pouco tempo, eles já não se convenciam, tornaram-se incrédulos.
E hoje, eu também.

Eu demorei pra te tirar de cima do meu altar, pra parar de cultuar a tua imagem, pra parar de te servir, de te oferecer meu sacrifício... mas no fundo eu nunca quis parar de te adorar e admirar. Nunca.
Agora eu vejo que tanto talento, tantas pregações bem feitas, só enganam as tolas como eu.

Mas a culpa não é tua, é minha.
Fui eu que te botei vestes sagradas, e coloquei você lá em cima.
Foi a minha vontade de não estar errada a teu respeito que me fez achar que tu era meu Messias, minha salvação.
E você nunca fez nada pra merecer tamanho posto sagrado.

Você foi meu Engano, meu Baal.
A seta maligna que eu mesma me lancei.

E hoje, depois de te expulsar da minha vida, diante de tamanha consciência, eu me sinto "Nova Criatura", como se diz.
Eu só lamento ter demorado dois anos pra fazer isso.