Saturday, July 25, 2009

Sobre falsas esperanças nos ringues de óleo

Otimismo é coisa de tocadora de piano.


Esse post seria apenas a frase acima, se não andassem reclamando que não posto mais os textos épicos de antigamente: me acusam de fazer desse blog uma extensão do twitter.
Confesso que o hábito de escrever tudo em 140 caracteres me deixou mal acostumada, mas não menos pensante.
Estou longe de ser um Millor Fernandes da vida, com seus hai-kais maravilhosos, ou um Leminski... Mas nunca escondi que são minha inspiração.
Sempre fui fã de um minimalismo.

O que vocês não sabem, é que existe muito passado por trás das frases de impacto.
Na infância solitária trancafiada em um apartamento da asa sul, eu revirava tudo.
Gavetas do irmão, esmaltes da irmã, e livros da mamãe.
Lembro-me que na estante havia um chamado "Meninas boazinhas vão pro céu, as más vão à luta".
Nunca li, é claro. Estava mais ocupada com os "pop-up books" que tanto gostava, mas o título do livro me marcou.

Me imaginem aos 8 anos, se questionando: como assim as boazinhas não vão pro céu? As más vão brigar com quem? O que eu devo ser afinal?
O destino me deu a opção de ser o que quisesse, mas o sobrenome não deixou. Como toda mulher da família Lobato, eu fui à luta.
É muito fácil culpar à genética pelos meus atos, mas toda mulher tem chance de fazer a sua escolha. Mas muitas preferem permanecer eternamente na dúvida. Ou escolhem lutar pelas causas erradas.

Ando chocada com o que as mulheres se tornaram nos dias de hoje.
Desesperadas, pedantes, vulgares, completamente insanas por causa do desejo de ter um homem para chamar de seu.
Supervalorizando os trastes que andam por aí, os fazendo achar que possuem um rei entre as pernas.
Já queimei alguns sutiãs, mas o meu lado machista grita diante dessa situação:
ah, vão lavar uma pilha de roupa, ou limpar uma casa!
Parem de achar que homem é solução de todos os problemas, entrando cada vez mais no ringue cheio de mulheres de biquini lambuzadas de óleo.
Porque juro pra vocês que essa disputa não passa de uma coisa pra eles: Entretenimento.

É por essas e outras que parei de esperar o melhor, e toquei o foda-se pra minha vida amorosa.
Eu simplesmente recuso a me ridicularizar disputando um homem que não sabe o que é um hai-kai, um pop-up book, ou não tem lembrança da curiosidade da infância.

Otimismo é coisa pros ringues de óleo, eu escolhi lutar por causas diferentes.

2 comments:

Anonymous said...

Wow! Volume sem prolixidade, e ainda assim objetivo!

E eu admito que não sabia que o nome daqueles livrinhos era pop-up books, e nem lembrava dos hai-kai's... Mas é por isso que eu gosto de vocês. Fazem de mim um homem melhor.

Cora said...

E fora que o céu deve ser chatíssimo!